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Saiba como a fofoca pode afetar sua reputação no networking em eventos

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Posted on September 20, 2016

Eventos são uma boa oportunidade para estabelecer um bom relacionamento profissional, não há dúvida. Mas até que ponto a sua reputação o precede nessas ocasiões? Descuidar de como os demais o veem é um risco enorme quando se trata de networking em eventos. E, como a fofoca é um componente essencial para que uma reputação seja estabelecida, conforme estudos de psicologia social e evolucionária, vale a pena saber mais sobre ela.

De acordo com John Whitfield, autor de O Poder da Reputação, toda vez que as pessoas interagem, elas criam ondas de informação que repercutem pelos círculos sociais: “As pessoas são consistentes. A maneira como se comportaram no passado tende a ser uma boa indicação de como vão se comportar no futuro. De modo que, ao detectar e interpretar essas ondas, os outros decidem se devem confiar em nós ou nos evitar”.

A reputação seria, portanto, uma forma de experiência indireta, um mecanismo de experimentar uma amostra das pessoas antes de “comprá-las”. Mais ainda, a reputação representa uma forma de controle dos demais sobre alguém. Já que temos a tendência a nos reunir com quem tenha mais afinidade com nossos objetivos e pode nos trazer algum tipo de benefício.

O que os outros fazem

A influência do comportamento dos demais está presente não somente nos seres humanos, mas em grande parte dos animais. Estudos com peixes e pássaros mostram uma tendência a tomar decisões observando os demais da mesma espécie. E isso se estende a comportamentos que nem podemos imaginar. Por exemplo, um estudo citado por Whitfield comprovou que, ver uma mulher sorrir para um homem faz com que ele pareça mais atraente para outras mulheres.

Aprender com os demais, ao invés de por tentativa e erro, dá acesso a enormes quantidades de conhecimento. Mas os estudos também demonstraram que não se segue a qualquer um cegamente. Os animais avaliam cuidadosamente os líderes que valem a pena serem imitados, ou os parceiros viáveis para reprodução.

O que os outros dizem

A fofoca é muito mal vista em termos morais. Conforme ressalta Whitfield, o nono Mandamento proíbe o falso testemunho. E a Bíblia e o Corão também trazem condenações à prática de falar da vida alheia. Mas é inegável que sempre estamos falando de alguém em algum momento (um estudo mostrou que falar mal dos outros pelas costas tomaria 5% do nosso tempo de conversas. Trata-se de um resultado questionável, já que não se definiu exatamente o que seria uma crítica).

Um dos motivos do poder da fofoca seria o fato de que o cérebro se prende mais a imagens negativas. Um estudo mostrou que voluntários prestavam mais atenção a um rosto desconhecido, sobre o qual haviam recebido informações negativas, do que à imagem neutra de uma casa, o que não ocorreu com rostos sobre os quais haviam recebido informações neutras.

O motivo para isso seria uma espécie de avaliação de risco do cérebro: estar vigilante ante uma possível ameaça evita que isso represente um problema mais tarde. “Se alguém gritar “cuidado” por engano e você sair correndo, não vai perder mais do que o fôlego. Mas, se ignorar a tal pessoa e ela estiver falando sério, pode perder a própria vida”, destaca Whitfield.

Fofocar pra quê?

Você acaba de chegar ao evento, consulta seu aplicativo, verifica quais itens da programação ou os perfis que mais lhe interessam para iniciar seu networking em eventos. Mas você está preparado para lidar com as eventuais fofocas que surgirem?
Whitfield dedica todo um capítulo do livro para a fofoca e, com base nos estudos citados, podemos relacionar três objetivos principais que motivam os fofoqueiros – sempre lembrando que a fofoca, no caso, é mencionada em seu impacto para a reputação das pessoas:

1. Mecanismo de defesa – Um grupo de remadores foi alvo de um estudo sobre a fofoca,que se concentrou num deles, que não participava de forma ativa dos treinos, o que levou a ser alvo de comentários depreciativos. O antropólogo Kevin Kniffin avaliou como o preguiçoso era visto pelos demais. Sua imagem era pior dentro do grupo do que para outras pessoas que não conheciam seu comportamento. Incluindo itens como aparência física, por exemplo, que nada tinham a ver com a questão pela qual era criticado.

“A fofoca negativa servia como uma reação imunológica. Ela identificava a ameaça, espalhava a notícia pelo corpo social e ativava os sistemas de defesa que atacavam o preguiçoso. Prejudicando sua reputação, com o objetivo de enquadrá-lo ou expulsá-lo do grupo”, destaca Whitfield.

2. Conquista de status – A atração que sentimos pelo aspecto negativo das coisas serve como instrumento para o uso da fofoca como mecanismo de melhoria de status social. O estudo conduzido pelo psicólogo Frank McAndrew, que trazia uma série de cenários fictícios sobre situações cotidianas, demonstrou que as pessoas tendem a espalhar notícias boas sobre amigos e parentes e ruins de rivais, inimigos e superiores.

Assim, se você ouvir algo ruim sobre um amigo, tende a guardar para si – mas, se não for o caso, vai espalhar a notícia e terá mais atenção por conta disso. Conforme todos podemos verificar na internet, as notícias ruins tendem a viralizar com mais rapidez do que boas notícias.

3. Arma de ataque – De acordo com a antropóloga Nicole Hess, a fofoca pode servir como arma de ataque e defesa em grupos sociais, especialmente femininos. As experiências feitas com universitárias, baseadas em cenários fictícios, revelaram que, ao ser alvo de um comentário maldoso, o grupo de amigas da vítima tendia a se unir e a contra-atacar, espalhando algo sobre a autora do comentário.

Outros estudos demonstraram que, se pudessem optar, 90% das mulheres prefeririam alguma forma de agressão indireta (como a fofoca). Contra 55% dos homens. Os homens, com mais frequência, podem optar por alguma forma de ameaça direta.

Acredita-se que isso tenha a ver com o fato das mulheres, ao longo da nossa história evolutiva, estarem mais sujeitas à competição dentro de grupos. O que as deixaria mais inclinadas a adotar a agressão indireta. As mulheres seriam mais dotadas para a construção e o fortalecimento de laços sociais através da conversa. A não ser que se sintam ameaçadas, caso em que partiriam para o ataque… com palavras.

O que os estudos mostram, em síntese, é que, mais do que uma atividade reprovável, a fofoca pode ser considerada como uma forma de habilidade social. Ou seja, nas palavras de Whitfield, “a única coisa pior que uma sociedade de fofoqueiros é uma sociedade sem fofoca”.

Será que alguém está espalhando alguma fofoca pelo chat do aplicativo do evento?

 

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